quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O negócio tá russo, Rousseau!

Dando continuidade ao meu intento de escrever qualquer asneira nesse espaço, venho tecer algumas considerações acerca de Rousseau (leia russô!), um cara meio polêmico que viveu nas efervescências do século XVIII.
Jean-Jaques Rousseau é suíço, nascido em Genebra. Digamos que ele sente um forte apelo ao retorno do homem as suas raízes junto a natureza, da forma primitiva, quando não havia uma sociedade civilmente organizada. A civilização, na sua ótica, estragou tudo, sendo responsável pela degeneração das exigências morais mais profundas da natureza humana:“não se trata, portanto, de acabar com as academias, as universidades, as bibliotecas, os espetáculos. As ciências e as artes podem muito bem distrair a maldade dos homens e impedi-los de cometer crimes hediondos”. Ou seja, é necessário se servir das ciências e das artes, como se remédio fosse, para curar o próprio mal que causaram.
Sei, caro leitor, você deve estar pasmo com tamanha estupidez; saibas tu que até Voltaire quase regurgita ao se deparar com tal pensamento, chegando a comentar que “ninguém jamais pôs tanto engenho em querer nos converter em animais, ler Rousseau nos faz nascer o desejo de andar em quatro patas”.
Tenhamos calma, a intenção do nosso filósofo não era exaltar a animalidade do selvagem, porém sua mais profunda humanidade em relação ao homem civilizado. Ele entendia que segregado da sociedade, o homem poderia adquirir o avanço dos horizontes intelectuais, o enobrecimento dos sentidos e a elevação total da alma.
Se os abusos do estado social civilizado não o colocassem abaixo da vida primitiva, o homem deveria bendizer o instante que o arrancou da animalidade e fez de um ser estúpido e limitado uma criatura inteligente.
Entendamos a linha de pensamento de Rousseau que quis combater os abusos e não repudiar os mais altos valores humanos, como nos deixou a impressão no inicio dessa prosa.
Só para termos uma idéia da influência desse “maluco”, muitos dos movimentos que buscavam a liberdade beberam da sua fonte (Marxismo, Anarquismo etc).
Ok, tá bem, não precisam ficar enchendo minha caixa de e-mail pedindo que pra postar alguma outra coisa. Qualquer dia eu volto a trazer outro pensador ou, quem sabe, alguma estratégia para dominar o mundo.

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